quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Sakura

Outro dia li uma reportagem com a atriz Regina Casé, onde ela falava de sua viagem ao Japão para gravar o especial que iria marcar os 10 anos de seu programa UM PÉ DE QUE? exibido pelo canal futura.


 O programa, para quem não conhece, fala da ligação entre algumas árvores e a cultura dos povos e neste caso, a ligação da Sakura com a cultura do povo japonês. 

Ela conta que foram 24 horas de vôo até Tóquio para registrar o transe coletivo que se apodera dos japoneses durante a floração das cerejeiras.   É o Hanami, ou o ato de contemplar essas árvores ( a Sakura), um acontecimento que mobiliza praticamente todo o arquipélago durante a primavera.



É a partir de março que a paisagem começa a se transformar.  O branco da neve é substituído pelos diferentes tons de cor-de-rosa das delicadas flores da cerejeira.  São cerca de 200 espécies.
Primeiro florescem as árvores localizadas nas regiões mais quentes, no sul do país.  O curioso é a maneira como elas desabrocham em datas diferentes de acordo com a região e, aos poucos, conquistam todo o arquipélago.  A flor começa a desabrochar pelo Japão seguindo uma rota que lembra a de uma onda. Em janeiro, começa a florir na região do extremo sul, Okinawa. E vai até o norte, em Hokkaido, até meados de maio. Literalmente, a flor vai cobrindo a região conforme a primavera avança. A isto, chama-se sakura zensen, que, ao pé da letra, significa "linha de frente do florescimento das cerejeiras".







 Existem grupos que se reúnem apenas para fazer o "roteiro das flores". Cruzam o país acompanhando o fenômeno que, em cada local, não dura mais de duas semanas, mas o espetáculo leva milhões de pessoas às ruas.  É um habito milenar - e uma festa tão grandiosa quanto o nosso Carnaval.  Todos os parques de Tóquio ficam lotados por uma multidão que estende lonas sob as árvores e fica por ali fazendo piquenique, bebendo e dançando.





  É um evento levado tão a sério que a Agencia Nacional de Metereologia emite comunicados avisando os locais da floração.  Como diz Regina em sua reportagem, " é muito interessante ver como um povo pode ter uma ligação tão intensa com uma árvore".




Quando vieram para o Brasil, os imigrantes japoneses também trouxeram a sua cultura. Assim, surgiu aqui o Bosque das Cerejeiras, no Parque do Carmo, em São Paulo. Com mais de 1.500 árvores plantadas pela Federação de Sakura e Ipê do Brasil, o bosque é a segunda maior área do mundo de sakuras fora do Japão. A primeira fica nos Estados Unidos




 E pelo visto, a tradição se mantém mesmo aqui no Brasil.


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