segunda-feira, 5 de março de 2012

Rapidinha com Regina Guerreiro





Regina Guerreiro é uma jornalista brasileira. Foi editora e diretora da Vogue durante 14 anos, estagiou na Harper's Bazaar, abriu uma empresa de consultoria de moda no Brasil e é considerada por muitos como uma autoridade no mundo da moda.

Para o Mês de março a revista LOLA traz em sua rapidinha, a jornalista de moda Regina Guerreiro.  Ela fala do orgulho de ser uma pessoa solitário pela sua sinceridade,  desmistifica o que seja tendência e dá conselhos aos fashion victims.





Regina Guerreiro é um personagem?  
Sem dúvida!  Aliás, a Regina Guerreiro de verdade pouquíssimas pessoas têm e terão a chance de conhecer.  Para esses poucos, sou uma pessoa doce, que gosta de coisas simples.  Gosto de cozinhar, receber meus amigos, ler... Uma pessoa assim meio incolor e invisível, mas de verdade.


O que é o melhor do mundo da moda?
É quando ela passa...


E o que é pior?
É a confusão que virou essa coisa famigerada chamada tendência.  Todo mundo quer estar de não sei de que jeito porque não sei quem mandou.  Acorda!  Faz o que você tem vontade, com a cara que você tem!  Tendência, com essa globalização, é palavra que não existe.  Então a gente tem que olhar mais para a alma da roupa.


Quem é melhor na moda brasileira hoje?
É o Pedro Lourenço, seguido de perto pela mãe, Gloria Coelho.  A moda dela é muito bem feita.  Não estou falando de tendência não, estou falando de capricho, de entrega, de paixão.


Quem é pior?
Tem tantos, meu bem, só abrindo o dicionário...


"Humor ácido" e "sarcasmo" são termos que costumam aparecer ao lado do seu nome.  O crime compensa?
Não sei se isso se chama crime ou espontaneidade, veracidade.  É claro que é mais fácil ser simpático.  Mas quem disse que o mais fácil é bom?  Claro que é difícil, a gente carregar um peso pesado, quase de solidão.  Mas também olho no espelho e me orgulho, porque eu sou eu.


Ser um "mito da moda nacional" tem um pesinho ou é só bom?
É aparentemente glamouroso, mas por outro lado é doloroso.


John Gallliano, Marc Jacobs ou Karl Lagerfeld?
John Galliano.  Não porque a moda que ele fez seja moda, é quase figurino, uma coisa teatral.  Mas são essas loucuras que empurram a moda para a frente.  Se não, a gente cai na mesmice universal.  Pinga uma coisinha lá, ela respinga na gente - e é isso que é a moda que vai mudando.


Qual o segredo para sobreviver quase 50 anos na moda?
Sabe, tudo o que a gente gosta muito, a gente perde.  E eu nunca gostei muito de moda.  Ela é tirana.


Peruca ou escova?
Depende.  Se estou com pressa, é ótimo uma peruca, que funciona como chapéu.  Quando não estou com pressa, é claro que prefiro meu cabelo lindo, escovado, voando ao vento!


Qual é o acessório indispensável para uma dama?
Um perfume bom, que não seja enjoativo.


"Menos é mais."  "Isso é tendência." " Essa é a peça da estação." " O importante é encontrar o seu estilo."  Essas coisas são grandes verdade da vida ou são grandes bobagens?
É tudo tão flutuante, as pessoas têm mesmo é que saber surfar.


O que os jovens precisam saber sobre você?
Que sou uma mulher maravilhosa.  E que eu gosto de dividir tudo o que eu sei, não tenho essa coisa de guardar para mim.  Quem está comigo está com Deus - e eu estou dividindo a divindade!


O que os velhos precisam esquecer sobre você?
Nada, e é uma pena se eles perderem a memória.


por Lola Magazine ( ed: março)





No dia 13 de fevereiro último, foi lançado em São Paulo o livro de Regina Guerreiro  com o título Ui!


"Nele temos textos sem ordem cronológica, que nos dão algumas informações e notas sobre as muitas décadas em que ela, uma das mais famosas editoras de moda do país, conta lembranças, graças e dificuldades de seu trabalho como editora das duas principais revistas dos anos 80, Elle e Vogue, além de pensamentos e fatos de sua vida pessoal.

Regina tem uma qualidade que poucas editoras de moda no mundo têm: é tão boa de texto como de imagem. Ela consegue elaborar um texto delicioso cheio de exclamações, surpresas e achados que não escondem (nem tentam esconder) uma crítica ferina e exigente - e ao mesmo tempo ser uma diretora de arte imaginativa e audaciosa que criou surpreendentes e inovadoras imagens para as revista brasileiras, colocando-as num patamar internacional. Taco a taco."
( segundo Gloria Kalil)


Então... vale a pena conferir!






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